Professor Carlo Patti lança livro sobre a trajetória do Brasil na questão nuclear

Professor  do curso de Relações Internacionais da Faculdade de Ciências Sociais (FCS), Carlo Patti está lançando o livro Brazil in the Global Nuclear Order, 1945-2018, fruto dos próprios estudos doutorais e pós-doutorais. O lançamento ocorre nesta quinta-feira, 29/4, às 22 horas (clique aqui para se inscrever no webinar e participar do evento). 

A Guerra Fria protagonizada por Estados Unidos e União Soviética, bem como a história do programa nuclear brasileiro estão entre suas áreas de atuação. Patti, que também é coordenador do Programa de Pós-Graduação em Ciência Política da UFG, publicou a obra pela Johns Hopkins University Press.

O livro (foto) oferece uma narrativa detalhada sobre as razões que levaram o Brasil a renunciar à possibilidade de desenvolver uma arma atômica. Desde o começo da era nuclear, em 1945, o Brasil procurou cooperar com outros países para alcançar o domínio das tecnologias do ciclo de produção do combustível nuclear, mas limitações internacionais frustraram as tentativas do país.

O Brasil começou o próprio programa atômico na década de 1950, o que levou os Estados Unidos a interferir nos acordos com países com indústrias nucleares civis avançadas, como Alemanha Ocidental e França. Essas limitações internacionais, especialmente por parte dos Estados Unidos, explicam parcialmente a decisão do País de criar um programa nuclear secreto em 1979 e cooperar com alguns países externos ao regime de não proliferação nuclear, como China e Argentina.

Todavia, em 1998, o Brasil escolheu aderir ao Tratado de Não Proliferação Nuclear, depois de uma oposição de quase 30 anos e apesar de uma crítica que permaneceu sobre a natureza discriminatória do acordo.

O livro do professor Carlo Patti está baseado em documentos recém-desclassificados e coletados ao longo dos últimos 11 anos em arquivos públicos e privados em oito países diferentes, assim como em entrevistas de história oral com ex-presidentes, diplomatas e cientistas.