Auditório lotado na abertura do I Seminário de Pesquisa em Ciências Sociais

Pesquisa em Ciências Sociais: diálogos interdisciplinares. Esse foi o tema da mesa-redonda de abertura do I Seminário de Pesquisa da Faculdade de Ciências Sociais, ocorrida ontem à noite (dia 20) no auditório da Instituição de Ensino Superior. Os professores doutores Dijaci David de Oliveira, Sebastião Rios e Custódia Selma do Amaral abordaram questões relativas às ciências sociais na contemporaneidade e, em seguida, debateram o tema com dezenas de pessoas presentes.

A professora Selma diferenciou a antropologia nos países centrais e periféricos, ressaltando o compromisso dos cientistas sociais brasileiros com a construção da nação e lembrando que a interdisciplinaridade na antropologia estabelece diálogo com os estudos pós-coloniais, os estudos culturais e da subalternidade. Já o professor Sebastião, lembrou o processo histórico de construção da ciência, destacando que ela desconfiou da subjetividade, rejeitou a espiritualidade e recusou o ensaio e a literatura, mas hoje já está revendo essa postura. “A temporalidade passa a ser contemporaneidade, e o “ou” é substituído pelo “e”, explica.

Mesmo assim, na sua visão, a multidisciplinaridade ainda é disciplinar e a interdisciplinaridade é que implica no trânsito de métodos, que podem se dar em três graus: 1) Aplicação, 2)
Epistemológico e 3) Levar a novas disciplinas. Idéia que, segundo o professor Dijaci, ainda não é consenso, uma vez que ainda se discute o que é interdisciplinaridade e como operacionalizá-la.

Abertura – Além dos coordenadores do evento e da graduação e pós-graduações da Faculdade de Ciências Sociais da UFG, a abertura do Seminário contou com a participação da Pró-Reitora de Graduação, Sandramara Matias Chaves e da Pró-Reitora de Pesquisa e Pós-Graduação, Divina das Dores de Paula Cardoso. Ambas ressaltaram em suas falas, a importância do evento. “Esse diálogo entre a graduação e a pós-graduação é extremamente desejável. A graduação alimenta a pós e precisamos de uma graduação de qualidade para isso”, afirmou Chaves.

Com um total de 108 trabalhos a serem apresentados e um público ouvinte de mais 100 inscritos, o I Seminário de Pesquisa da Faculdade de Ciências Sociais vai até sexta-feira, dia 22. Seis grupos de trabalhos estarão discutindo temas como a questão da mulher vítima do tráfico de pessoas, a família nos novos arranjos da pós-modernidade, o mercado ilegal de drogas em Goiânia, a representação feminina no Poder Legislativo, o uso do twitter no campo político e eleitoral, a violência praticada pelos alunos nas escolas (bullying), as relações de poder entre os membros das cooperativas de catadores de lixo seletivo, a accountability e formulação de políticas públicas nos websites dos governos estaduais brasileiros e o envelhecimento e as práticas corporais e técnicas de rejuvenescimento.