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UFG recebe livros escritos por pessoas negras, indígenas e quilombolas solicitados pela FCS

Na Semana da Consciência Negra, a Faculdade de Ciências Sociais informa que à comunidade acadêmica que mais de cem publicações de autoria negra, quilombola e indígena, solicitadas por docentes da unidade, estão – ou estarão em breve – à disposição das pessoas interessadas. 

A aquisição foi proposta por docentes da FCS, no total de 177 títulos, mas uma parte não pôde ser adquirida, por questões burocráticas ou esgotamento. Dos livros, mais de 80 títulos já estão à disposição para empréstimo –  parte na Biblioteca Seccional das Humanidades (BSHU), no prédio Humanidades 1, e parte na Biblioteca Central (BC), alguns com mais de um exemplar. Outras dezenas já chegaram e estão em processo de catalogação na Biblioteca Central (BC/UFG).

O relatório das obras solicitadas, bem como das efetivamente adquiridas, pode ser acessado clicando aqui ou no arquivo em anexo. 

A listagem foi elaborada pela bibliotecária Fernanda Damasceno, da BSHU. "A chegada dessas obras representa um avanço para a pluralidade das coleções da Biblioteca Seccional das Humanidades e do Sistema de Bibliotecas como um todo", diz a responsável pelo acervo. "É um investimento cujo benefício vai além de apenas ajudar pesquisadores que trabalham a temática racial. São olhares, ideias e vivências importantes para a formação humana de toda a comunidade."

Dentre os livros que servirão à comunidade, Fernanda escolheu quatro para expor a sinopse. Veja abaixo:


1
Tudo sobre o amor: novas perspectivas
bell hooks
O que é o amor, afinal? Será esta uma pergunta tão subjetiva, tão opaca? Para bell hooks, quando pulverizamos seu significado, ficamos cada vez mais distantes de entendê-lo. Neste livro, primeiro volume de sua Trilogia do Amor, a autora procura elucidar o que é, de fato, o amor, seja nas relações familiares, românticas e de amizade ou na vivência religiosa. Na contramão do pensamento corrente, que tantas vezes entende o amor como sinal de fraqueza e irracionalidade, bell hooks defende que o amor é mais do que um sentimento - é uma ação capaz de transformar o niilismo, a ganância e a obsessão pelo poder que dominam nossa cultura. É através da construção de uma ética amorosa que seremos capazes de edificar uma sociedade verdadeiramente igualitária, fundamentada na justiça e no compromisso com o bem-estar coletivo.
 
2
Racismo brasileiro: uma história da formação do país
Ynaê Lopes dos Santos
Uma jornada pela história do Brasil através do traço definidor da nossa sociedade ao longo dos séculos: o racismo. Um painel poderoso - escrito com clareza - para se compreender a intrínseca teia das relações sociais em nosso país, do período colonial aos nossos dias. Mas esse livro é também a narrativa de mulheres e homens que lutaram (e seguem lutando) com todas as suas forças para conquistar respeito e cidadania numa nação violenta, excludente e que vira as costas para o próprio passado.
 
Memórias da plantação: episódios de racismo cotidiano
Grada Kilomba
Memórias da Plantação é uma compilação de episódios cotidianos de racismo, escritos sob a forma de pequenas histórias psicanalíticas. Das políticas de espaço e exclusão às políticas do corpo e do cabelo, passando pelos insultos raciais, Grada Kilomba desmonta, de modo incisivo, a normalidade do racismo, expondo a violência e o trauma de se ser colocada(o) como outra(o). Publicado originalmente em inglês, em 2008, Memórias da Plantação tornou-se uma importante contribuição para o discurso acadêmico internacional. Obra interdisciplinar, que combina teoria pós-colonial, estudos da branquitude, psicanálise, estudos de gênero, feminismo negro e narrativa poética, esta é uma reflexão essencial e inovadora para as práticas descoloniais.
 
4
Um defeito de cor
Ana Maria Gonçalves
Escrito pela primeira mulher negra nomeada para a Academia Brasileira de Letras (ABL), vencedor do prestigioso Prêmio Casa de las Américas e incluído na lista da Folha de S.Paulo como o sétimo entre 200 livros mais importantes para entender o Brasil em seus 200 anos de independência, Um defeito de cor conta a saga de Kehinde, mulher negra que, aos oito anos, é sequestrada no Reino do Daomé, atual Benin, e trazida para ser escravizada na Ilha de Itaparica, na Bahia. No livro, Kehinde narra em detalhes a sua captura, a vida como escravizada, os seus amores, as desilusões, os sofrimentos, as viagens em busca de um de seus filhos e de sua religiosidade. Além disso, mostra como conseguiu a sua carta de alforria e, na volta para a África, tornou-se uma empresária bem-sucedida, apesar de todos os percalços e aventuras pelos quais passou. A personagem foi inspirada em Luísa Mahin, que teria sido mãe do poeta Luís Gama e participado da célebre Revolta dos Malês, movimento liderado por escravizados muçulmanos a favor da Abolição. Pautado em intensa pesquisa documental, Um defeito de cor é um retrato original e pungente da exploração e da luta de africanos na diáspora e de seus descendentes, durante oito décadas da formação da sociedade brasileira. 

 

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Aquisição de livros FCS (autorxs quilombolas, negrxs e indígenas) - Relatório 110 Kb 5e889f38165c37d9affeb1052d8fe59d