Na Angola tem

Exposição de fotografia e exibição de filme divulgam herança africana em Congado do interior de Minas.

Exposição de fotografia e exibição de filme divulgam herança africana em Congado do

interior de Minas.

O projeto “Memórias e cantos do Moçambique do Tonho Pretinho” é um dos representantes

brasileiros no edital de “Salvaguarda do patrimônio cultural imaterial relacionado à música, canto e

dança de comunidades afrodescendentes na América Latina”, do Centro Regional para a

Salvaguarda do Patrimônio Imaterial da América Latina – CRESPIAL / UNESCO.

O projeto está sendo realizado pela Universidade Federal de Goiás e pela Universidade de Brasília

por meio de convênio do IPHAN com a Fundação de Apoio à Pesquisa – FUNAPE / UFG e inclui a

realização de livro com CD e DVD, exposição de fotografias, Inventário de Referências Culturais e

oficinas de música, canto e dança conduzidas pelos moçambiqueiros em Brasília – DF e Goiânia –

GO.

Eventos em Brasília e Goiânia

a) abertura da exposição Na Angola tem: Memórias e Cantos do Moçambique do Tonho Pretinho

Fotografias: Marcelo Feijó

Curadoria e projeto expográfico: Carlos Ferreira

01/06/2016, às 19h30, na Galeria Dulcina (CONIC)

Cortejo do Moçambique saindo do Conjunto Nacional às 18h.

b) exibição do documentário Na Angola tem

Direção: Sebastião Rios e Talita Viana

Direção de fotografia e montagem: Diana Landim

02/06/2016, às 20h00, no Auditório II, anexo térreo do Museu Nacional. Brasília – DF

Cortejo do Moçambique saindo do MinC às 16h.

03/06/2016, às 19h30, no Cine UFG. Goiânia – GO

Cortejo do Moçambique saindo da Reitoria da UFG às 15h

O Moçambique do Tonho Pretinho

O Moçambique do Tonho Pretinho é responsável pela Festa do Reinado de Nossa Senhora do

Rosário da Boa Viagem (bairro rural de Itapecerica – MG) e também de outros reinados da região:

sua presença é fundamental no levantamento e descida dos mastros e é dele a primazia nos cortejos

dos reis congos (perpétuos) e festeiros (eletivos). Esta responsabilidade se relaciona à obrigação de

zelar pela dimensão espiritual da festa, sustentada, para além da devoção aos santos católicos, no

culto de entidades e ancestrais de origem africana.

O Projeto

As várias ações do projeto “Memórias e cantos do Moçambique do Tonho Pretinho” convergem

para seu principal eixo, que é a salvaguarda e divulgação das concepções religiosas e das práticas

culturais próprias dos descendentes de africanos na América.

Na exposição de fotografias e no documentário, especificamente, apresentamos um pouco deste

Moçambique tão comprometido com a tradição das danças, dos ritmos, das concepções religiosas e

dos sentidos dos cantos presentes no Congado; sentido que, embora ligado à memória ancestral, se

atualiza em cada edição da festa.

O projeto foi realizado em diálogo com os integrantes do Moçambique, que participaram da

elaboração dos roteiros de captação e de edição de imagem e também do roteiro de gravação de

áudio e da seleção das faixas do CD. A partir de oficinas de registro de bens culturais e de

audiovisual, os integrantes mais jovens do grupo atuaram como assistentes de pesquisa e de

captação de imagem.

A festa

O Moçambique do Tonho Pretinho se destaca por sua fidelidade às concepções religiosas e às

práticas culturais próprias dos descendentes de africanos na América que deram forma ao Congado.

Ele é herdeiro e tributário de uma tradição forte e enraizada na região de Itapecerica – MG, que

conta com quase dois séculos de existência.

Nas cerimônias de coroação de reis congos nas festas de Nossa Senhora do Rosário, os tambores e

as danças invocam de um modo africano os santos católicos e conferem a seu culto desdobramentos

e significações novas nesta manifestação híbrida do catolicismo negro de raiz banta no Brasil. Na

festa, os principais santos homenageados são Nossa Senhora do Rosário, São Benedito, Santa

Efigênia e Nossa Senhora das Mercês. Os santos têm sua corte composta por rei e rainha congos,

perpétuos, e rei e rainha eletivos, tradicionalmente de promessa. Os ternos – moçambique, catopé,

vilão, congo, marinheiro etc – “trabalham” para os santos, tocando, cantando e dançando na rua e

nas casas. Durante sua evolução, o capitão canta os versos e os demais componentes respondem em

coro. Os capitães vão tirando os versos para as várias funções – visita aos festeiros, busca dos

mordomos para o levantamento dos mastros, acompanhamento de reis e rainhas, cortejo da princesa

Isabel, que também passa a ser homenageada em algumas localidades nas comemorações da

abolição.

Por ser a guarda preferida de Nossa Senhora do Rosário − aquela que retirou Nossa Senhora do mar

(ou da gruta, em algumas variantes), num episódio do mito fundador da festa que caracteriza a

identificação da santa com a humildade e o sofrimento dos escravos −, o Moçambique é o principal

responsável pela preservação dos mistérios e da sacralidade da festa. Por isso, tem primazia nos

cortejos, cabendo a ele a função de puxar reis e rainhas congos e a coroa de Nossa Senhora do

Rosário. Os demais ternos abrem o caminho e conduzem os reis eletivos.

Ficha técnica

Realização: Moçambique do Tonho Pretinho, Universidade Federal de Goiás; Universidade de

Brasília; Fundação de Apoio à Pesquisa – UFG;

Patrocínio: Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN

Coordenação do Projeto: Sebastião Rios

Pesquisa: Sebastião Rios, Talita Viana, Marcelo Feijó, Diana Landim

Exposição de fotografias

Fotografias: Marcelo Feijó

Fotografias adicionais: Diana Landim, Rafael Sávio e Vitor Gabriel Santos

Curadoria e projeto expográfico: Carlos Ferreira

Impressão: Pictura Fine Art

Moldura: G. B. Molduras

Oficina de fotografia: Marcelo Feijó

Participantes das oficinas: Edna Silva, Rafael Sávio Santos, Vitor Gabriel Santos Silva e Wallace

Henrique Santos

Exposição em Brasília – DF: Galeria Dulcina (FBT / FADM)

Exposição em Itapecerica – MG: Vila dos Sonhos (Cleide Ribeiro Silva Campos)

Documentário

Direção: Sebastião Rios e Talita Viana

Direção de fotografia e montagem: Diana Landim

Direção musical: Sebastião Rios

Captação de áudio: Sebastião Rios e Talita Viana

Roteiro: Talita Viana e Juliana Saenger

Cinegrafistas: Diana Landim e Marcelo Feijó

Oficina de vídeo: Rogério Neves

Assistentes de câmera: Edna Silva, José Lucas, Rafael Sávio Santos, Vitor Gabriel Santos Silva e

Wallace Henrique Santos

Contatos

carlosilvalin@gmail.com; dianaplandim@gmail.com; mfeijo.fotografia@gmail.com;

sebastiaorios@gmail.com; talitaviana@gmail.com